Sindimoc cogita greve em defesa da profissão dos cobradores

NOTA OFICIAL DO SINDICATO DOS MOTORISTAS E COBRADORES DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA - SINDIMOC
29/10/2018


O Sindimoc ouviu rumores nos últimos dias sobre projeto enviado pela Prefeitura à Câmara Municipal visando extinguir os cobradores. O Sindimoc tem como um de seus principais pleitos a manutenção do emprego de 6 mil trabalhadores que terão suas famílias diretamente afetadas pela aprovação desta medida. Diante disso, o presidente e a diretoria do sindicato tem feito um forte trabalho parlamentar, gabinete a gabinete, buscando apoio e conscientizando os vereadores sobre os graves danos decorrentes desta medida.

Verificamos que alguns veículos estão noticiando que a situação dos cobradores foi discutida com o sindicato. O Sindimoc, entretanto, em nenhum momento teve acesso ao projeto ou foi procurado pela prefeitura para discutir o assunto. 

 

Aspecto social | Mais 6 mil sem emprego

Tal medida é totalmente irresponsável e descabida, tendo em vista o alarmante cenário de desemprego que vivemos no Brasil, onde mais de 14 milhões de pessoas já estão desempregadas. Além disso, o Sindimoc afirma de maneira convicta que a extinção dos cobradores traria danos nas políticas de inclusão que hoje temos de maneira já tão ampla no Transporte Coletivo de Curitiba. Não precisamos, não queremos e não vamos admitir mais 6.000 desempregados.

 

Impacto econômico | Toda Curitiba é prejudicada

A medida tiraria das mãos de trabalhadores R$ 17 milhões mensais, que seriam direcionados para 8 famílias, que controlam as empresas de transporte público em Curitiba. Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) seriam R$ 212 milhões perdidos na economia local.

 

Passagem | Onde o cobrador acabou, a tarifa não baixou

Levantamento que Sindimoc fez em 43 cidades do Brasil (capitais e grandes centros urbanos) mostra que em TODAS as cidades em que o cobrador foi retirado, a passagem não caiu de preço. Em todas elas o preço caiu um pouco no primeiro momento,  para obter aprovação popular, mas em seguida subiu ainda mais do que antes da retirada dos cobradores. Algo parecido com o preço do diesel no final da greve dos caminhoneiros – foi reduzido, mas hoje, cinco meses depois, já está ainda maior do que estava o início dos protestos. Em Joinville, primeira cidade do Brasil a extinguir o cobrador, passagem atual é uma das mais caras do país. 

 

Serviço | A qualidade vai cair 

Levantamento do Sindimoc mostra que onde o cobrador foi retirado, o serviço caiu de qualidade. O cobrador assume hoje muitas tarefas além de cobrar - funciona com um operador de bordo: auxilia passageiros em situações críticas, presta informações para usuários e também turistas, monitora embarque / desembarque, assume funções que dão agilidade ao sistema, pois evitam que o motorista pare.

 

Trabalhadores | Reação dos motoristas e cobradores

Nos próximos dias, Sindimoc intensifica atuação parlamentar (ação gabinete em gabinete) e iniciar mobilizações com trabalhadores. GREVES NÃO ESTÃO DESCARTADAS, SE FOREM NECESSÁRIAS - não abriremos mão de defender o emprego desses 6 mil pais e mães de família. Entretanto, confiamos no bom senso e na responsabilidade dos vereadores na apreciação dessa matéria.

 

Sandro Silva
Economista - Coordenador Técnico do Dieese Paraná