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Inconsistências no discurso de Rafael Greca prejudicam o trabalhador e a população

Inconsistências no discurso de Rafael Greca prejudicam o trabalhador e a população

Em entrevistas nos últimos dias, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, voltou a afirmar que a convenção coletiva assinada pelo Sindimoc e pelo Setransp em maio deste ano prevê a extinção da função do cobrador. O Sindimoc, por meio desta nota, gostaria de esclarecer as diferenças entre o discurso do prefeito e o que diz a nossa convenção. 

Em primeiro lugar, há uma diferença entre as expressões "redução da atividade do cobrador" e "redução da função do cobrador". O Sr. Prefeito vem usando a segunda expressão erroneamente, pois a convenção, elogiada por líderes sindicais Brasil afora, garante a estabilidade de emprego, ou seja, demissões zero. Na convenção também expressamos o desejo de ver os trabalhadores da categoria se desenvolvendo e participando de cursos de qualificação, mas, reafirmamos, que em nenhum foi dito ou escrito em qualquer lugar que a possibilidade de participação nestes cursos, pressupunha o fim da função do cobrador.

Em parecer, o Assessor Jurídico de Entidades Sindicais Profissionais, Elevir Dyonisio Neto, dispõe que o emprego da expressão "redução da atividade do empregado cobrador", é totalmente diversificado em relação ao que seria a redução dos postos de cobrador. E continua dizendo que sob qualquer viés em que se analise, a convenção coletiva em questão trata-se de "uma grande conquista e nunca de uma supressão de direito ou posto de trabalho, não podendo-se utilizar tal cláusula para fundamentar qualquer projeto de lei com o intuito nefasto de extinguir o posto de trabalho dos cobradores."

Outro ponto que nos causa aversão ao projeto em questão é a forma como ele foi enviado à Câmara Municipal de Curitiba: incompleto, ocultando a todos quem fará a regulamentação do sistema. A única coisa clara no projeto é que a população é quem vai pagar esta conta e os trabalhadores serão os sacrificados, todos tendo que se submeter a um novo sistema e a novas regras impostas por um projeto nefasto, falho e muito suspeito com relação ao seu principal objetivo. Afinal serão R$ 212 milhões/ano engordando os lucros do sistema. Por essa e por outras, nos questionamos o porquê de retirar os cobradores sendo que já temos a bilhetagem nos ônibus hoje e tudo funciona muito bem do jeito que está, sem prejudicar ninguém. 

Consideramos simples demais cultivar na população o desejo pela modernização, sem apontar a aplicabilidade da mesma ou sem responder a interesse de quem está essa medida descabida que procura-se aprovar. E agora perguntamos também quem estará disponível para auxiliar os cadeirantes e idosos dentro dos ônibus? Esta é só uma das inúmeras dúvidas que pairam na cabeça de todo cidadão curitibano, usuário do transporte coletivo.

Mas o Sindimoc tem a resposta para todas estas perguntas. O cobrador, como já dito antes por este Sindicato, transcende a sua função e passa a ter uma função social dentro do transporte coletivo não só dessa, mas de várias cidades por todo o Brasil. É sabido que, em outras cidades onde os cobradores desapareceram, a população pede a volta destes profissionais, por questões intrínsecas ao bom funcionamento da sociedade como segurança, qualidade no atendimento, custo-benefício, entre outros.

Em entrevista a Gazeta do Povo, o prefeito se contradisse ao afirmar que "estamos trabalhando para reduzir custos e vamos tentar dar o menor aumento possível." Se, inicialmente, a ideia de retirar o cobrador foi benquista pela população por conta da perspectiva de redução na tarifa de ônibus, hoje vemos que esta não é mais uma opção. O cobrador sai, o custo das empresas com estes profissionais acaba e mesmo assim a tarifa aumenta? Desta pergunta, só podemos concluir uma única coisa: quem está usando um projeto que ameaça 6 mil famílias para fazer política não é este Sindicato.

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