Falta de fiscalização em Curitiba incentiva infrações de trânsito que dificultam trabalho no transporte coletivo

Estacionamento irregular em paradas de ônibus está entre as principais reivindicações dos motoristas de ônibus

Em entrevista coletiva na manhã de hoje (25) para tratar do caso do motorista Sandro Antunes, agredido na última semana durante seu horário de trabalho, o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, destacou a falta de fiscalização de estacionamento irregular por parte dos órgãos competentes e disse que a prática é muito comum entre os condutores curitibanos de veículos de passeio ou de aplicativos de carona.

Na última semana o motorista do transporte coletivo da capital, Sandro Antunes, foi vítima de agressão por um empresário que estava estacionado irregularmente no ponto de ônibus da linha Alcides Munhoz, no Jardim Botânico. Sandro, que trabalha na linha Alcides Munhoz há mais de 3 anos, disse que ele não esperava a agressividade do empresário. 

O motorista estava tirando fotos do carro estacionado irregularmente quando o empresário Pedro Bastian saiu do condomínio em que estava e começou a agredi-lo. Ele conta que, como o carro o impediu de parar no ponto para a descida dos passageiros, ele precisou desembarcar os passageiros mais à frente, o que poderia causar a ele punições dentro da empresa. As fotos tinham o objetivo de justificar à empresa o motivo de Sandro ter parado longe do ponto de ônibus.  

O presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, destaca que essa é uma reclamação constante da categoria de motoristas e cobradores de Curitiba e Região Metropolitana. “Não é só na região central. Em toda a grande Curitiba é possível encontrar carros estacionados de forma irregular nas paradas de ônibus, caminhões fazendo carga e descarga de produtos. E o motorista de ônibus é quem acaba penalizado. Se ele não parar próximo ao meio-fio facilitando o desembarque dos passageiros, ele recebe multas que comprometem o seu orçamento”, afirma Anderson. 

Ele ainda fez um apelo para as autoridades e pediu que os órgãos competentes, em especial o Setran/PR, tomem as medidas providências e busquem uma fiscalização mais rígida com relação aos veículos que estacionam em local proibido ou transitam em local proibido, como é o caso das canaletas de ônibus. “Não adianta ter leis, se não temos fiscalização, e é isso que estamos pedindo há muito tempo”, ressalta o presidente do Sindicato. 

O Sindimoc está encaminhando à Delegacia de Polícia uma queixa-crime contra o agressor e dará ao trabalhador todo o suporte necessário no processo judicial por danos morais e na sua recuperação, seja por trauma físico ou psicológico.