O que diz o acordo coletivo sobre o trabalho dos cobradores?

Acordo coletivo firmado pelo Sindimoc garantiu o posto de trabalho dos cobradores até 2023

O Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) traz esclarecimentos sobre o acordo que garantiu o posto de trabalho dos cobradores até 2023. O acordo coletivo, firmado na sede do Ministério Público do Trabalho, foi uma das principais lutas do Sindicato nos últimos dois anos.

Com as mudanças que acontecerão em algumas linhas no dia 15 de março, surgiram várias mentiras que colocaram dúvidas na cabeça dos trabalhadores. Por isso, se fez necessário esse esclarecimento. Para começar, cobrador(a), não se assuste com as mudanças nas linhas. O seu cargo não foi vendido, não ocorrerão demissões em massa, nada nesse sentido foi negociado. 

“O acordo garantiu o emprego dos cobradores por mais quatro anos, isso não muda mais. Se houverem casos de demissão em massa, você deve comunicar o Sindimoc e denunciar, porque nós vamos atrás, lutaremos e as empresas serão multadas. Precisamos da união da categoria, trabalhando com a verdade e pelos nossos direitos”, reforçou o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira.

O que diz o acordo coletivo sobre os cobradores?

Em maio de 2019, o acordo coletivo foi formalizado em reunião com o até então Procurador-Chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 9ª Região, Gláucio Araújo de Oliveira, com o presidente da Urbanização de Curitiba S/A (URBS), Ogeny Pedro Maia Neto; e com o representante do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), Orivan Pedro Bodanese.

Na reunião, definiu-se que até o dia 13 de maio de 2020, só serão desligados da função aqueles cobradores que forem contemplados com a sua aposentadoria ou aqueles que assumirem a função de motoristas do transporte coletivo. A partir dessa data, a cada ano que se passar, 500 cobradores serão requalificados para serem encaixados em outros postos de trabalho. 

A qualificação será garantida com cursos de formação profissional, que serão escolhidos pelos trabalhadores, oferecidos pelo SEST/SENAT. Ao fim dos quatro anos, será mantido o número de cobradores necessários para girar o sistema do transporte coletivo, podendo ser os 4 mil cobradores que irão sobrar ou mais, tudo depende de como estará o transporte coletivo em 14 de maio de 2023.

Mas por que algumas linhas deixarão de rodar com cobradores?

Porque, conforme o previsto no acordo coletivo, os 500 trabalhadores que se aposentaram ou que assumiram a função de motoristas do transporte coletivo no último ano, não serão substituídos por outros trabalhadores. Sendo assim, como até então nenhuma alteração tinha sido feita, a URBS está cumprindo o acordo coletivo nesse momento.

Mesmo assim, a minha empresa demitiu cobradores, o que fazer?

É preciso ter a consciência de que em todo o mercado de trabalho, demissões acontecem. Mas, como o acordo coletivo firmado no Ministério do Trabalho garante o posto de trabalho dos cobradores, se ocorreu alguma demissão na sua empresa, os empregadores precisam substituir esse empregado demitido por um novo contratado. 

No caso de demissões em massa nas empresas, entre imediatamente em contato com o Sindimoc pelo (41) 3234-8600. Iremos averiguar a situação e tomaremos as providências necessárias para garantir o emprego dos cobradores, mesmo que se façam necessárias manifestações. 

Transporte coletivo de Curitiba é um dos únicos com cobradores

Desde quando o presidente Anderson Teixeira assumiu o sindicato em 2010, já se falava na retirada dos cobradores do transporte coletivo de Curitiba. Com muita luta, determinação, a Diretoria do Sindimoc, ao lado da categoria, conseguiu manter o emprego dos cobradores até hoje. Curitiba é uma das poucas, se não a última capital, que ainda manteve a função de cobrador.

Últimos anos foram de lutas pelo emprego dos cobradores

Em 2016, com greve e muita luta, a Diretoria do Sindimoc conseguiu manter o emprego dos cobradores. Em 2017, nós conseguimos uma coisa inédita no setor privado: estabilidade nominal para todos os cobradores do transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana.

Em 2018, os empresários não aceitaram manter essa estabilidade, porque infelizmente alguns trabalhadores abusaram dessa segurança. Mesmo assim, o Sindicato conseguiu firmar a estabilidade do posto de trabalho. Dessa forma, se o trabalhador fosse demitido, era garantida uma nova contratação de cobrador.

Em 2019, com todo o sistema de bilhetagem montado, os empresários e a URBS decidiram retirar os cobradores do transporte coletivo de Curitiba. Com esse cenário, o Sindimoc procurou o Ministério Público do Trabalho para relatar que não admitíamos perder a função de cobrador, foi quando o acordo coletivo foi firmado para manter esse posto de trabalho. 

Pauta de reivindicações de 2020 pede estabilidade dos cobradores

O 15º item da pauta de reivindicações do Sindimoc para o ano de 2020 pede a “manutenção/inclusão das cláusulas de garantia/estabilidade do emprego dos cobradores”. Em breve, o Sindimoc vai soltar uma nova matéria com informações sobre as reivindicações desse ano. O cenário brasileiro não é um dos mais favoráveis, mas o nosso Sindicato sempre teve coragem para enfrentar os desafios.
 

Anderson Teixeira fala sobre o acordo coletivo