Greves atingem vários setores públicos em Curitiba e região; saiba quem para a partir de hoje

Uma onda de greves começa essa semana em Curitiba, municípios da região metropolitana e também em órgãos federais e estaduais. Nesta segunda-feira (17), começou a greve dos professores municipais. De acordo com o Sindicato dos Servidores Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac), a expectativa é de que cerca de 90% das 180 escolas da capital estejam sem aulas a partir de hoje. Os pais foram alertados sobre a paralisação na sexta-feira (14). A prefeitura informou que poderá dar um balanço do movimento a partir das 9 horas. A rede municipal de Curitiba tem cerca de 100 mil alunos. Uma passeata até a sede da Prefeitura acontece nesta manhã a partir da Praça Santos Andrade até a prefeitura, no Centro Cívico.

De acordo com o Sismmac, as três principais reivindicações da categoria são: a forma de enquadramento no Plano de Carreira que está em estudo, a contratação de mais profissionais e a composição da jornada em hora-aula nas escolas que atendem as séries finais do ensino fundamental. Segundo dados levantados pelo sindicato nas escolas, o déficit na rede é de pelo menos 700 profissionais.

A Prefeitura de Curitiba alega que mantém permanente diálogo com os professores e garante que vem investido no setor (ver nota na íntegra abaixo).

Greve dos Servidores federais

Os funcionários técnico-administrativos das instituições federais de ensino superior também entram em greve a partir de hoje. De acordo com o Sinditest, os servidores reivindicam: melhorias no plano de carreira, piso de três salários mínimos, antecipação da parcela de 5% de reajuste programada para 2015, a não implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e a revogação das Orientações Normativas que reduzem o adicional de insalubridade.

A greve dos servidores afeta a Universidade Federal do Paraná, o Hospital de Clínicas, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e o Instituto Tecnológico Federal do Paraná (IFPR).

Os servidores do município de São José dos Pinhais também entraram em greve hoje por tempo indeterminado.

Os trabalhadores reivindicam melhores condições de trabalho e valorização dos profissionais, retorno da licença prêmio, reenquadramento para corrigir as distorções causadas pelo PCCV de 2004 e pelos novos enquadramentos, implementação dos 33,33% de hora-atividade, inclusão dos educadores sociais dos CMEIs no quadro do magistério, pagamento de periculosidade e insalubridade a quem tem direito e regulamentação do regime de escalas.

Professores da rede municipal de Pinhais

Os trabalhadores da educação do município de Pinhais também decidiram se somar ao movimento puxado pela CNTE e realizam paralisação a partir desta segunda-feira.

Os profissionais da rede de Pinhais reclamam a falta de condições de trabalho, com salas de aula lotadas, e exigem um Plano de Cargos e Carreira que valorize os trabalhadores.

Greve dos garis

O sindicato dos garis de Curitiba (Siemaco) aprovou um indicativo de greve a partir desta terça-feira (18). Segundo o presidente do sindicato, Manassés de Oliveira, as negociações com a Cavo, empresa responsável pelo serviço de limpeza, correm de forma lenta e não agradam os garis. “Nós queremos que a empresa chegue nos mesmos parâmetros do ano passado, em que os reajustes foram mais adequados para os trabalhadores. Mas agora o oferecido por eles é muito pouco e, infelizmente, o único jeito de pressionar é paralisando as atividades”, explicou Manassés à Banda B.

A Cavo oferece 8,5% de aumento nos salários e 9,5% nos vales alimentação e refeição, valor inferior aos 20% e 30% cobrados pelos funcionários. No ano passado, a empresa teria negociado em 20% e 10%, respectivamente.

A Prefeitura de Curitiba informou que acompanha de perto as negociações, mas que não pode interferir, já que o serviço é feito por licitação. Já a Cavo afirmou à reportagem que acredita em um acordo com o Siemaco até a terça-feira e que a paralisação pode não ocorrer.

Educadoras de Curitiba

As educadoras de Curitiba estão com greve marcada para o dia 18 de março. As trabalhadoras da educação do município, nossas colegas de trabalho na Educação Infantil, reivindicam jornada de 20 horas e cumprimento da hora atividade. Além disso, a categoria também exige o Piso Nacional da Educação, a eleição de direção nos CMEIs, o combate à terceirização, a prevenção a afastamentos por motivo de doença e a melhoria das condições de trabalho.

Em novembro do ano passado, as educadoras do município realizaram uma greve, mas, desde então, quase nada avançou em relação à pauta dessas trabalhadoras. Elas exigem agilidade da Prefeitura nas negociações.

Servidores estaduais da saúde

Os trabalhadores estaduais da saúde entram em greve no dia 18 de março. A categoria reivindica, há três anos, um Plano de Carreira próprio da saúde, com jornada de 30 horas, correção da GAS em 30%, mais o índice da correção do salário mínimo estadual, pagamento da progressão por título, por tempo e promoção, contagem da licença saúde e licença gestante como tempo de efetivo exercício durante o estágio probatório, contra a privatização da saúde e dos serviços públicos e correção imediata no valor do auxílio alimentação e transporte, ampliando a faixa de servidores.

Magistério de Araucária

A greve das professoras e professores de Araucária acontece no dia 19 de março. A categoria decidiu aderir ao movimento nacional, puxado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), como forma de advertir o prefeito de que é necessário respeitar o Plano de Carreira e investir na qualidade do ensino, com hora-atividade de 33,3%, melhores condições de trabalho e contratação de mais profissionais.

Os demais servidores públicos do município de Araucária também se somarão a essa paralisação no dia 19.

Professores da rede estadual

As professoras e professores da rede estadual realizam um grande ato no dia 19 de março, na Praça Santos Andrade. A manifestação vai, em passeata, até o Palácio Iguaçu.

A categoria reivindica a implementação do piso, dos 33% de hora-atividade, do novo modelo de atendimento à saúde e do pagamento dos mais de R$ 100 milhões de dívidas com os trabalhadores da educação do estado.

Nota da prefeitura de Curitiba na íntegra sobre a negociação com os professores:

“A Prefeitura mantém diálogo permanente com os professores e várias medidas foram implementadas nos últimos meses com vistas à valorização dos profissionais da educação.

Entre elas, a ampliação gradativa da hora-atividade de 33%, processo a ser concluído este ano em todas as escolas, e uma política de remuneração que assegurou aos professores reajuste de 6,77% no ano passado, zerando a inflação, além do pagamento de abonos e gratificações.

Também foram contratados desde o ano passado mais de mil profissionais da educação e há um novo concurso público em andamento, para a contratação de professores de docência II e educadores, com provas neste domingo.

Além disso, atendendo a uma antiga reivindicação do magistério, está em discussão um novo plano da carreira para a categoria, que será enviado à Câmara Municipal no fim do primeiro semestre, conforme previsto desde o início do processo.

A Prefeitura também está propondo a migração dos educadores da rede municipal de ensino para uma nova carreira, de professor de educação infantil.

O Município também reforçou significativamente este ano os recursos destinados a reformas, ampliações e revitalização de espaços em escolas e Centros Municipais de Educação Infantil. O montante passará de R$ 5 milhões em 2013 para R$ 28 milhões este ano, permitindo melhorar as condições de trabalho dos profissionais da educação.”

Fonte da notícia; Banda B