Doze mil motoristas e cobradores de Curitiba e Região continuam sem assistência médica
Sem repasse das empresas, trabalhadores e familiares perdem direito a mais de mil tipos de exames. Consultas com especialistas já haviam sido suspensas na semana passada
Os 12 mil motoristas e cobradores de Curitiba e Região Metropolitana e seus familiares perdem, a partir dessa semana, o direito à realização de qualquer tipo dos mais de mil exames a que têm direito graças ao Fundo de Assistência Médica do Trabalhador. Em janeiro e dezembro, as empresas do transporte coletivo repassaram para esse fundo menos de 20% do valor acordado na Convenção Coletiva. Somando-se a outras dívidas anteriores, tão recorrentes quanto os atrasos salariais, o montante em atraso chega próximo aos R$ 2 milhões. Segundo a 14ª cláusula da Convenção, as empresas devem repassar ao Fundo de Assistência Médica R$ 48,30 por empregado. Os repasses são feitos mensalmente, mas atrasos recorrentes têm ocorrido desde 2012, com agravamento no ano passado e completo caos nos últimos dois meses. Na semana passada, já haviam sido cortadas as consultas com especialistas.
O sistema de saúde dos motoristas e cobradores realiza 7,2 mil atendimentos e 1,6 mil exames por mês, de trabalhadores e dependentes, em média, considerando o período de 2011 a 2014. Ao todo, neste período, foram 346,6 mil atendimentos e 76,8 mil exames, operados por dezenas de laboratórios ligados ao sistema, que é administrado pelo sindicato da categoria. Todos os trabalhadores pertencentes à categoria e seus familiares têm direito à sua utilização gratuita. Como as empresas do transporte coletivo não dispõem plano de saúde para seus empregados, 100% dos trabalhadores utilizam o Sistema, como alternativa ao Sistema Único de Saúde (SUS). Agora, estão todos, trabalhadores e familiares, dependendo do SUS.
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