Tempo de crise também é tempo de luta

São momentos difíceis para os trabalhadores de todo o país. Por causa do novo coronavírus, estamos testemunhando um acontecimento sem precedentes. Comércios não podem abrir, as escolas também estão fechadas, a circulação de pessoas é restrita e isso impacta diretamente na demanda do sistema de transporte coletivo.

Curitiba é uma cidade que se movimenta por meio dos ônibus. E por isso, desde o início dos casos, o Sindimoc tem tomado atitudes para resguardar a saúde dos motoristas e cobradores. Solicitamos que os trabalhadores que compõem o grupo de risco fossem afastados, pedimos à Urbs que reduzisse o número de passageiros por ônibus ou mesmo parasse completamente o transporte coletivo pela baixa demanda, mas nada foi atendido. 

Resultado: agora estamos enfrentando dificuldades para receber nossos salários integralmente porque a prefeitura decretou que os ônibus deveriam circular com 100% da frota mesmo que praticamente sem usuários nesse último mês. 

A nossa posição foi sempre de que o sistema de transporte fosse paralisado por completo, e não apenas reduzido. Mas como os coletivos continuaram e praticamente sem usuários, já era esperado que faltaria dinheiro para pagar os salários, situação que nós tentamos reverter reiteradamente. Foi uma tragédia anunciada às autoridades pelo nosso sindicato. Não foi por falta de aviso

Mesmo assim, o Sindimoc não vai deixar os trabalhadores à mercê dessa situação. Estamos em constante contato com a Urbs, Comec e o Setransp buscando a defesa dos direitos dos motoristas e cobradores. Este sindicato sempre lutou e continuará lutando para o bem-estar dos trabalhadores, compromisso que assumimos em nossa gestão e que vamos cumprir enquanto estivermos aqui. O Ministério Público do Trabalho já foi acionado para que estes pagamentos sejam feitos de forma imediata. Não podemos deixar que os trabalhadores paguem a conta pelos erros da administração pública.

Esse é mais um momento de prova que enfrentaremos, e por isso devemos nos manter unidos contra a precarização do trabalho e a culpabilização dos trabalhadores, por meio de desculpas orçamentárias. Sem motoristas e cobradores o sistema de transporte coletivo não funciona. A cidade não funciona.E se o transporte coletivo é mesmo um dos serviços essenciais durante essa crise, o mínimo que esperamos é que valorizem a nossa categoria que também está na linha de frente.